

Temos imensa alegria de anunciar o VII Festival Sul Americano Medicinas da Mãe Terra!
Quem viveu o Festival sabe o quão difícil é defini-lo.
Lá pelos idos de 2014, lançamos a primeira edição com o intuito de reunir lideranças espirituais indígenas de toda América Latina, abuelas, mulheres medicina, raizeiras, parteiras, anciãs mestras de suas tradições. Mas não poderíamos imaginar a dimensão que o Festival alcançaria!
Em 6 edições Sul-americanas presenciais e uma on-line durante a pandemia, reunimos não só essas mulheres sábias e suas medicinas como milhares de participantes de todos os cantos dessa hermosa Pachamamita.
Vivemos momentos de muita cura, alegria e amor em abundância, êxtase pela vida, percepções individuais e coletivas que nos levaram a ter uma conexão profunda com nossa Mãe Terra e reverência aos guardiões dos saberes tradicionais e originários de Abya Yala.


Abrimos portais dentro de cada um de nós, acessando sabedorias escondidas por detrás do embotamento do cotidiano, encontrando o apontamento do propósito de viver essa caminhada terrena.
Ouvimos e vivenciamos a sabedoria de abuelas Quechuas, Incas, Mapuches, Maias, de mulheres indígenas Guaranis, Yawanawas, Shawadãwa, Huni Kuins, Tupinambás e Pataxós. De parteiras tradicionais e raizeiras indígenas e quilombolas. De mulheres medicinas do caminho vermelho e de outras tradições ancestrais. Dançamos, rezamos, cantamos, aprendemos, participamos de temazcais e cerimônias de medicina.
Vivemos arte, processos terapêuticos, a medicina da amizade e de trocas com tantas pessoas que sentem a vida da mesma forma, independente de que lugar do mundo viemos.


Ano passado fizemos uma edição celebrativa dos 10 anos do primeiro festival.
Era só pra ser um remember, pra gente matar as saudades de toda a força de vida que o Festival nos traz.
No entanto, esse remember foi muito mais bonito e potente do que poderíamos imaginar. Melhor do que o sonho, pois foi intensamente real, um sonho de olhos abertos de como a vida nessa Terra pode ser.
E o espírito da coruja sussurrou com suas orientações certeiras: “ A flecha foi lançada, o fogo levantado, o altar erguido… há uma responsabilidade em sustentar esse rezo… o Festival vai continuar”
Por isso, com as asas abertas e o coração transbordante, anunciamos a VII Festival Sul Americano Medicinas da Mãe Terra!
De asas e coração abertos convidamos a todes que sentirem esse chamado pra experienciar a vida com toda sua potência e colorido, na maravilhosa Serra do Mar, na cidade de Morretes-PR-Brasil. Serão 4 dias de sabedoria, ancestralidade, conexão e amor!
De 20 a 23 de novembro - Iniciando no dia da Consciência Negra
Estaremos na companhia de abuelas, mulheres medicina, quilombolas, indígenas, raizeiras, artistas, músicos de vários cantos do mundo.
O Festival é aberto a mulheres e homens ( cis ou trans), não binaries, crianças, independente de crenças, religiões, formas de ver a vida... todes são bem vindes!
Será uma alegria imensa partilhar essa edição histórica com vocês!
Amor e Gratidão
Vídeo do VI Festival Medicinas da Mãe Terra
HISTÓRIA DO FESTIVAL
Quantas vezes sua "grande missão" se comunica contigo até que você a ouça? O Festival se comunicou, muitas vezes, comigo, até que eu, finalmente, estivesse pronta para ouví-lo.
Certa vez, veio bem claro para mim que os saberes das raizeiras estavam ameaçados, pois muitas das suas filhas e netas não tinham interesse em seguir com essas medicinas e, como elas não tinham para quem passar, todas essas preciosidades poderiam desaparecer.
Outra vez, no Vale Sagrado de Los Incas, no Peru, em um encontro de saberes com as abuelas andinas, vibrou no peito uma vontade de que conhecêssemos as anciãs sábias por aqui também. Em outros momentos, quando realizava encontros e vivências de mulheres, visualizava aquele círculo muito maior, com mulheres, homens e crianças de todos os cantos de Pachamama. Ou, quando morria e renascia num Temazcal ou cerimônia de medicina, e queria que todes tivessem a oportunidade de conhecer essas sagradas ferramentas ancestrais.


Pois bem! Depois de tanto soprar no meu ouvido, um dia a coruja do festival gritou. Eu estava tomando banho (a água é uma medicina de muita conexão para mim) e a orientação foi passada "clara como a água". Seu nome completo: Festival Sul Americano dos Sagrados Saberes Femininos e toda a orientação da forma. Foi como um parto na água.
Compartilhei para algumas pessoas queridas a ideia e todas elas, de alguma forma, fizeram parte do Festival, mas uma delas, em especial, abraçou junto esse sonho. Noelle se tornou a outra asa da coruja. E fomos nós duas juntas, com o apoio da Lis, que voamos as 4 edições do Festival Sul Americano dos Sagrados Saberes Femininos e 1 edição do Festival Brasileiro. De 2014 a 2017 nossa vida foi o Festival.
E, desde a primeira edição, nos demos conta da grandeza desse rezo. Não cabia em nossas mentes e em nada na terceira dimensão, tudo o que acontecia nos Festivais.


Aprender com abuelas, mulheres medicinas, anciãs de diversas tradições, indígenas de diversas etnias, terapeutas, artistas e, nesse mergulho ir de encontro a nossa luz, foi transformador por todas as vidas que foram tocadas pelo Festival.
Centenas de histórias de curas, de mudança de vida, de encontro com o propósito, de reconciliações consigo mesmo, e cortes com o que já não servia mais. Mas, em 2017, no auge da beleza e grandeza do Festival, a Coruja pediu uma pausa… Nossas vidas pediram que déssemos atenção a outros passos da nossa caminhada.
Eu senti que a coruja já tinha dado seu voo e o ciclo do Festival havia se encerrado. Até que, das profundezas do inverno de 2020, em meio ao recolhimento da quarentena, na fase da minha anciã interna, a coruja voltou a se comunicar comigo.
Foram dias de sonhos e visualizações incessantes do festival, da coruja sábia e de toda a energia manifestada nos festivais.
A comunicação foi forte como a semente adormecida que rompe de dentro do inverno: “Estamos vivendo o parto de uma nova era, onde estamos aprendendo a SerVir sem nossos corpos; onde a Presença está sendo reinventada e onde todos esses saberes de luz transmutarão a escuridão da ilusão.”
E a coruja sacudiu suas imensas asas, cobertas de terra e raízes e, sem peso, nem apego, alçou seu voo novamente.


Em 2020, em meio à uma das maiores pandemias da história, o Festival Sul Americano dos Sagrados Saberes Femininos - Medicinas da Mãe Terra renasce e se reinventou trazendo toda essa potência de alcance, do formato on-line. E toda a equipe, de mulheres maravilhosas do Saberes da Mãe Terra, entraram junto nessa empreitada como produtoras (Naia, Thamily, Bianca, Alina, Mari, Ana, Mokshita e Flávia).
Foram mais de 50 encontros, oficinas, vivências, cerimônias e performances artísticas em 9 dias de muitas sabedoria, arte, amor e cura. Depois desse voo além do corpo físico, tínhamos certeza que o Festival tinha tido seu ponto final, e cumprido sua trajetória…
Mas, 4 anos depois ( um ano pra cada direção, cada elemento, cada lua, para cada fase do nosso ciclo e para cada estação do ano), ele está aí de volta, presencialmente do jeito que a gente ama. Dessa vez conto com o as produtoras Thâmily, Fabi e Laura, além do conselho das 13 corujas. (você pode saber um pouquinho sobre nós aqui)
E enfim, desistimos de achar que essa coruja vai se aposentar algum dia…Quando a gente menos espera ela volta com força total rasgando nosso peito de tanto amor e alegria
Um abraço de asas com asas, e de coração com coração.
Amor e Gratidão.
Anna Sazanoff
(Idealizadora do Festival)